O número
sete não representa número da sorte e as águas do Rio Jordão não são milagrosas.
O profeta Eliseu, sem nenhuma
pretensão, simplesmente mandou Naamã se banhar sete vezes no Rio Jordão. Sem
cerimônia, honraria ou festa. Eliseu não gostou da afronta nem da oferta de
Naamã (2Rs 5.5; 5.8). Um verdadeiro profeta não vende o que não é dele.
O General Naamã andava com vestes
finas. Provavelmente estaria fardado visto que levava cartas do rei e deveria
se apresentar oficialmente, chegou cheio de pompa e esperava tratamento
especial (2Rs 5.6). Ele não buscava o milagre em Deus, mas no profeta, e
mediante pagamento. Sua única qualidade até o momento era a esperança de que o profeta
de Deus poderia interceder por ele. Isto graças ao testemunho da menina escrava
que estava a serviço de sua esposa (2Rs 5.3).
Com relação aos sete mergulhos, embora
muitos pregadores usam classifica-los em sete passos ou sete lições, vale
ressaltar que isto não passa e especulação ou argumentação humana. Tais lições
não são bíblicas, nem inspiradas. São apenas suposições.
Numa abordagem mais simples, podemos
tirar as seguintes lições quanto ao mergulho de Naamã no Rio Jordão:
1º Mergulho - OBEDIÊNCIA: “vai,
lava-te sete vezes no Jordão e a tua carne será
restaurada e ficarás limpo” v.10
Ainda que de início Naamã tenha
recusado atender a orientação do profeta, visto que esperava outro tipo de
abordagem. Ao final obedeceu, mergulhando sete vezes, conforme estabelecido.
Naamã entra despido nas águas do rio
Jordão, ficando provavelmente com água até a altura da cintura, e prendendo a
respiração, desce até que a água cubra sua cabeça, e isso se repete por sete
vezes. É de se pensar que Naamã desce e sobe das águas sete vezes sequenciadas
e só após o sétimo mergulho tenha se preocupado em observar sua pele.
Quando obedecemos a orientação vinda
da parte de Deus, inevitavelmente passamos a alimentar a fé. No mínimo
acreditamos que ao final do ato de obediência o esperado aconteça.
Naamã não creu, apenas obedeceu. A fé
no Deus de Israel, que cura, só veio depois. V.15
1º
Mergulho - RENÚNCIA: “homem...
de muito conceito... porém leproso” v.1
Isto mesmo, primeiro mergulho. Naamã tinha
uma vida de prestígio, cheia de cerimônias e honraria. Era respeitado e
reconhecido por todos. Mas por debaixo de tudo isso, carregava feridas
escondidas que o envergonhava e roubava sua felicidade e que a qualquer momento
colocariam tudo a perder.
Para entrar na água Naamã teve que
assumir sua condição de miséria e enfermidade. Abriu mão de sua imagem para
expor sua necessidade. Ao menos na frente de seus auxiliares, que possivelmente
já sabiam de sua condição. Em pouco tempo todos na cidade saberiam deste
episódio.
Naamã teve que renunciar sua vida de
aparências e sua arrogância (2Rs 5.12). Agora sua vergonha estava exposta.
A cura que todos precisamos deve
ocorrer de dentro para fora. Primeiro necessitamos da cura da alma, depois da
cura do corpo.
3º,
4º e demais Mergulhos - APRENDIZADO
Assim que Naamã decidiu obedecer, e ainda
que duvidando tenha se disposto a banhar-se no Jordão, matando seu orgulho, os
demais mergulhos apenas atestaram que Naamã estava disposto a aprender as
lições valiosas que Deus tinha para lhe ensinar.
Ao sair da água, ou seja, após o
sétimo mergulho, Naamã evidenciou que sua pele estava totalmente restaurada.
Não somente a pele de Naamã foi
limpa, sua alma também foi lavada. Ele se tornou um novo homem. Deus poderia
ter curado Naamã de qualquer outra forma, porém preferiu fazer desta forma,
pois sabe exatamente daquilo que precisamos para termos uma vida purificada.
Uma boa abordagem bíblica é a aquela
que traz ensinamento prático, sem rodeios ou enfeites. Todas as mensagens
bíblicas nos estimulam a renunciar algo, principalmente nosso ego. Motiva-nos a
viver uma vida reta e de adoração ao Senhor. A Palavra de Deus dever ser ouvida
e praticada, não há outra forma de ocorrer mudanças em nossas vidas (Tiago 1.22).
Pr. Sergio Roberto
Amém, obrigado
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