terça-feira, 3 de março de 2015

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Sete mergulhos de Naamã no Jordão. Uma reflexão mais realista.

O número sete não representa número da sorte e as águas do Rio Jordão não são milagrosas.
O profeta Eliseu, sem nenhuma pretensão, simplesmente mandou Naamã se banhar sete vezes no Rio Jordão. Sem cerimônia, honraria ou festa. Eliseu não gostou da afronta nem da oferta de Naamã (2Rs 5.5; 5.8). Um verdadeiro profeta não vende o que não é dele.
O General Naamã andava com vestes finas. Provavelmente estaria fardado visto que levava cartas do rei e deveria se apresentar oficialmente, chegou cheio de pompa e esperava tratamento especial (2Rs 5.6). Ele não buscava o milagre em Deus, mas no profeta, e mediante pagamento. Sua única qualidade até o momento era a esperança de que o profeta de Deus poderia interceder por ele. Isto graças ao testemunho da menina escrava que estava a serviço de sua esposa (2Rs 5.3).
Com relação aos sete mergulhos, embora muitos pregadores usam classifica-los em sete passos ou sete lições, vale ressaltar que isto não passa e especulação ou argumentação humana. Tais lições não são bíblicas, nem inspiradas. São apenas suposições.

Numa abordagem mais simples, podemos tirar as seguintes lições quanto ao mergulho de Naamã no Rio Jordão:

1º Mergulho - OBEDIÊNCIA“vai, lava-te sete vezes no Jordão e a tua carne será restaurada e ficarás limpo” v.10
Ainda que de início Naamã tenha recusado atender a orientação do profeta, visto que esperava outro tipo de abordagem. Ao final obedeceu, mergulhando sete vezes, conforme estabelecido.
Naamã entra despido nas águas do rio Jordão, ficando provavelmente com água até a altura da cintura, e prendendo a respiração, desce até que a água cubra sua cabeça, e isso se repete por sete vezes. É de se pensar que Naamã desce e sobe das águas sete vezes sequenciadas e só após o sétimo mergulho tenha se preocupado em observar sua pele.
Quando obedecemos a orientação vinda da parte de Deus, inevitavelmente passamos a alimentar a fé. No mínimo acreditamos que ao final do ato de obediência o esperado aconteça.
Naamã não creu, apenas obedeceu. A fé no Deus de Israel, que cura, só veio depois. V.15

1º Mergulho - RENÚNCIA: “homem... de muito conceito... porém leproso” v.1
Isto mesmo, primeiro mergulho. Naamã tinha uma vida de prestígio, cheia de cerimônias e honraria. Era respeitado e reconhecido por todos. Mas por debaixo de tudo isso, carregava feridas escondidas que o envergonhava e roubava sua felicidade e que a qualquer momento colocariam tudo a perder.
Para entrar na água Naamã teve que assumir sua condição de miséria e enfermidade. Abriu mão de sua imagem para expor sua necessidade. Ao menos na frente de seus auxiliares, que possivelmente já sabiam de sua condição. Em pouco tempo todos na cidade saberiam deste episódio.
Naamã teve que renunciar sua vida de aparências e sua arrogância (2Rs 5.12). Agora sua vergonha estava exposta.
A cura que todos precisamos deve ocorrer de dentro para fora. Primeiro necessitamos da cura da alma, depois da cura do corpo.

3º, 4º e demais Mergulhos - APRENDIZADO
Assim que Naamã decidiu obedecer, e ainda que duvidando tenha se disposto a banhar-se no Jordão, matando seu orgulho, os demais mergulhos apenas atestaram que Naamã estava disposto a aprender as lições valiosas que Deus tinha para lhe ensinar.
Ao sair da água, ou seja, após o sétimo mergulho, Naamã evidenciou que sua pele estava totalmente restaurada.
Não somente a pele de Naamã foi limpa, sua alma também foi lavada. Ele se tornou um novo homem. Deus poderia ter curado Naamã de qualquer outra forma, porém preferiu fazer desta forma, pois sabe exatamente daquilo que precisamos para termos uma vida purificada.


Uma boa abordagem bíblica é a aquela que traz ensinamento prático, sem rodeios ou enfeites. Todas as mensagens bíblicas nos estimulam a renunciar algo, principalmente nosso ego. Motiva-nos a viver uma vida reta e de adoração ao Senhor. A Palavra de Deus dever ser ouvida e praticada, não há outra forma de ocorrer mudanças em nossas vidas (Tiago 1.22).

Pr. Sergio Roberto